Vereador também falou na tribuna da Câmara de Anápolis que o Tribunal Superior Eleitoral deveria abrir a caixa preta e mostrar o que está sendo questionado
O vereador João da Luz (PSC) discursou na tribuna da Câmara de Anápolis, na sessão de quinta-feira (17), para dar ênfase a uma notícia de que o PL vai pedir ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) a anulação das eleições de 2022.
João disse que tem replicado algumas notícias que considera importantes em seu site, que não são fake news, pois não se pode divulgar algo do tipo no plenário. Em seguida, o vereador leu parte de texto publicado pelo O Antagonista, que inclusive foi rechaçado pelo próprio PL em manifestações em diferentes veículos nacionais.
“Achei interessante o posicionamento do PL, partido do presidente Bolsonaro. Eles decidiram que vão sim protocolar junto ao Tribunal Superior Eleitoral, nos próximos dias, uma solicitação pedindo a anulação das eleições de 2022. E essa ação que está sendo finalizada leva em conta pelo menos duas auditorias sobre as urnas e questiona uma suposta parcialidade do TSE”, afirmou João da Luz.
O vereador prosseguiu. “Um desses relatórios obtidos em primeira mão pelo jornal (sic) Antagonista conclui não ser possível validar os resultados gerados em todas as urnas eletrônicas de modelos de 2009, 2010, 2011, 2013, 2015”.
Na sequência, João da Luz disse que o documento que questiona as eleições é assinado por Carlos Rocha, presidente do instituto Voto Legal, seu vice Márcio Abreu, engenheiro eletrônico, e o membro associado Flávio Gottardo de Oliveira, engenheiro aeronáutico, ambos formados no Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA).
Em nota, o PL negou a informação do O Antagonista e disse que a versão do relatório publicada pelo site “é obsoleta e não está assinada por ninguém”.
Em seu discurso na tribuna, João da Luz afirmou que o questionamento do resultado das eleições “faz parte do jogo político” e que esse tipo de ação precisa ter “publicidade e transparência”.
“O ministro que representa o TSE [Alexandre de Moraes], com certeza tem recebido várias e várias denúncias e tem mandado arquivar todas. Eu acho que a publicidade dos atos, de processos de interesse público exigem uma resposta”, disse o vereador.
João da Luz foi candidato a deputado federal na eleição deste ano e teve 4.235 votos. Ele foi o quinto dentro do seu partido, que reelegeu Glaustin da Fokus com 117.981 votos.
O vereador também disse que a manifestação que aconteceu no Brasil “foi um sinal de que existe uma grande parcela da população brasileira que não ficou satisfeita” com o resultado das eleições. Ele se referia aos atos no dia 15 de novembro, com pedidos inconstitucionais de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro, que não concordam com a vitória de Lula (PT), embora o TSE tenha validado e proclamado o resultado das urnas ainda na noite de 30 de outubro, após 100% dos votos apurados.
“Acho que seria sim respeitoso por parte do Tribunal [Superior Eleitoral], dar uma resposta, abrir a caixa preta e mostrar o que está sendo questionado, mostrar para a população”, disse o vereador, sem explicar o que estaria na “caixa preta” que ele atribui existir no TSE.
“Eu acho que isso aí com certeza apaziguaria os ânimos, principalmente desses manifestantes. Hoje tem muitos manifestantes no Brasil que demonstraram insatisfação com a eleição. Eu acho que para o representante [do TSE], nada mais sensato do que ele abrir, responder e mostrar o que está sendo questionado”, discursou João da Luz.
Fake
O vereador Jakson Charles (PSB) foi o único que fez um contraponto à fala de João da Luz. “O João deu um depoimento lindo e maravilhoso em cima de uma fake news. Hoje estamos dominados pelas fake news publicadas nas redes sociais, essa que é a verdade”, ironizou.
Segundo Jakson, um lado mente e outro também, enquanto as pessoas “aqui embaixo”, ficam “dando voz e valor naquilo que não vale nada, e criando problemas caseiros com notícias mentirosas”.
“Acho que a gente tem de ter cautela, cuidado e devemos trabalhar um pouco mais para aquilo que fomos eleitos, trabalhar para o povo anapolino, buscar soluções para o povo de Anápolis”, disse o vereador. Ele comentou que apesar do deputado federal do seu partido não ter sido reeleito, Elias Vaz, foi possível garantir uma emenda de R$ 1 milhão para Anápolis.
“Fiz gestão e ele disponibilizou R$ 1 milhão para Anápolis. É isso que o vereador precisa fazer. O dinheiro público tem de chegar na classe menos favorecida”, comentou Jakson.